Em memória: Iris Apfel

Não, não está preparado para este consumidor. E esta não é uma fala minha e sim dos dados estatísticos que não nos deixam mentir.

Só para se ter uma ideia: somos um país com mais de 33 milhões de pessoas idosas, a cada 26,5 segundos e meio uma pessoa completa 60 anos no Brasil. Apesar do potencial de compras, 65% deste público não se sente representado por marcas ou serviços. Vou além, mesmo com este percentual considerável, somente 14% das empresas brasileiras investem neste consumidor.

E quando me refiro ao investimento, isso inclui desde produtos específicos, capacitação de profissionais de atendimento até adequação de espaços, como, por exemplo, já que estamos falando de moda: os provadores de roupas. Tem espaço suficiente? Barras de apoio? Assento, para que a pessoa idosa possa experimentar sentada com conforto e segurança? Estas e tantas outras dúvidas são questionamentos importantes para podermos nos preparar cada vez mais para um país que já envelheceu.

Em relação às tendências de moda em si, existem 2 pontos a serem considerados:

Primeiro: muitas pessoas idosas possuem limitações físicas, por isso a importância de se pensar em roupas e calçados que sejam confortáveis e práticos, substituir, por exemplo,  zíper por velcro, utilizar botões apenas como enfeites, sei deixar de ser roupas elegantes e estilosas.

Segundo: que atualmente existe um movimento chamado AGELESS. Uma expressão popularizada no Reino Unido, que numa tradução livre significa: sem idade.

Ou seja: foi-se o tempo em que uma pessoa idosa não podia usar determinadas roupas. O movimento sem idade consiste no modo como você se sente feliz. Priorizar o que faz com que você se sinta atraente, realizada e orgulhosa da imagem refletida no espelho.

Como a própria Iris Apfel dizia: “Estilo não é sobre roupas caras, você pode ter todo dinheiro e não ter estilo. Estilo não é o que você veste, mas como você veste."

Obrigada Iris, por nos inspirar e nos encorajar!

Silvana Coelho / Consultura 60+