Há algum tempo, a violência nas escolas foi um grande foco, mas será que foi esquecida? Eu me pergunto, pois, se foi por vocês, não foi pelo rapaz que presidiu a comissão de educação brasileira. A ideia dele é colocar seguranças armados e terceirizados nas escolas. A PL 1449/2023, que querem colocar em prática, surge como uma pergunta: a violência é a resposta para a violência?

Aqui em Petrópolis, surge a ideia de colocar câmeras de monitoramento e botão do pânico no valor de 110 mil mensais. Eu vou me abster de pensar algo negativo sobre isso, mas, ao contrário, eu cumpriria a lei 13.935/2019, a lei do psicólogo escolar, que coloca um psicólogo em cada escola.

Enfim, eu penso que a violência nas escolas começa pela cultura. Essa cultura de combater violência com violência. Mas eu pergunto: estamos criando escolas ou prisões?

Não temos bibliotecas, laboratórios, matérias extracurriculares que desenvolvam cultura, arte. Segundo pesquisa do INEP, temos escolas no município sem tratamento de esgoto. Não temos mediadores de conflitos, não temos uma verdadeira inclusão social nas escolas. Precisamos unir escolas e comunidades, desenvolver projetos que combatam a violência invisível dentro das escolas. Pois quando essa violência se torna visível, precisamos ter ao nosso redor várias perspectivas para combatê-la. Abraçar a ideia tal como ela está e tentar matar um vírus com uma arma. A violência está velada na convivência. Não adianta achar que cabe tudo somente ao professor. Precisamos de uma ação multidisciplinar.

Existe um termo que se chama banalidade do mal, ao qual Hannah Arendt investigou em um julgamento de um nazista que dizia não sentir remorso pelo que fez, pois era normal para ele. Tornar a violência normal, é isso que queremos? Esse é o exemplo que queremos dar. Escola precisa de livros, não de armas.