Foto: Freepik

Se há algo que aprendi atendendo empresas de todos os portesé que reputação não aparece no DRE, mas interfere diretamente nas linhas dereceita e de despesa. Quando a comunicação é tratada como investimento — e nãocomo enfeite — ela devolve em imagem, competitividade e, sim, dinheiro nocaixa.

Nos últimos anos, o mercado brasileiro deu sinais clarosdisso. Em 2024, as companhias destinaram R$ 36 bilhões a atividades de comunicaçãocorporativa, alta de 1,5 %sobre 2023, segundo levantamento Aberje‑FGV — dinheiro novo buscando retorno tangível, não apenas visibilidade.

O mesmo movimento se reflete nas agências: o termômetro daAbracom mostra que 85 % dacarteira dos clientes hoje pede assessoria de imprensa como serviço prioritário, e o faturamento do setor cresceuaté 15 %em 2025.

Quando a demanda sobe desse jeito, não é por vaidadecoletiva; é porque a equação está fechando.

E qual é essa equação? Mais confiança gera preferência, quegera vendas. Um estudo ibero‑latino mostrou que organizações que monitoram conversas em redes sociais e alinham suanarrativa obtêm 22 %de lucro médio superior às que não fazem isso; quando combinam inteligência dedados e storytelling, esse ganho chega a 57 %.

Além disso, metade das empresas brasileiras planeja ampliaro orçamento de PR em 2025, priorizando produção de conteúdo multiplataforma. Omotivo apontado é simples: entregas concretas de valor e senioridade dasequipes — duas premissas básicas de uma assessoria de alto impacto.

Do ponto de vista de quem opera nos bastidores, vejo trêsfontes principais desse retorno:

• Custo de oportunidade reduzido — crises evitadas oumitigadas economizam tempo, advogados e perda de contratos.
• Ticket médio maior — marcas percebidas como confiáveisjustificam preços premium.
• Velocidade de mercado — boa reputação abre portas comparceiros e investidores sem o “custo da desconfiança”.

Em outras palavras, comunicação corporativa é engenharia devalor: transforma percepção em preferência e preferência em receita recorrente.

Como jornalista e assessor, já acompanhei empresas que, apósseis meses de estratégia consistente, dobraram pedidos de orçamentosimplesmente porque passaram a ocupar pautas positivas. Reputação não pagaboleto; ela atrai quem paga.

Se você ainda vê a área como “despesa de marketing”, convido‑oa revisar o conceito. Investir em assessoria é comprartempo, credibilidade e lucro futuro — ativos queraramente entram na planilha, mas que fazem toda diferença quandoo balanço fecha.

✒️ Alessandro Marques

Jornalista, assessor de imprensa e consultor em comunicaçãoestratégica. Há mais de 15 anosajuda pequenas e médias empresas a converter reputação em resultado financeiro.

🔗https://www.linkedin.com/in/alessandrosmarques/