Pedro Tostes
O Impacto Silencioso: Desvendando a Relação com o Instagram
Descortinando o Vício Invisível: Uma Análise sobre Nossa Dependência do Instagram
Você já se pegou pensando no motivo pelo qual o Instagram é tão relevante para nós? Eu me fiz essa pergunta ao realizar uma pesquisa e constatar que tanto minha família quanto meus amigos são usuários assíduos da plataforma. Eu mesmo dedico mais de duas horas diárias a ela. Identifiquei duas razões principais para esse comportamento.
Primeiramente, há essa busca constante por validação social. Quando recebemos likes, parece que estamos sendo reconhecidos, não é mesmo? Isso nos motiva a compartilhar mais e a permanecer mais tempo na rede. Ao curtir vídeos no Reels, estamos alimentando o algoritmo da plataforma com nossas preferências, resultando em mais conteúdo semelhante sendo apresentado, o que nos mantém ali, consumindo cada vez mais.
É um ciclo um tanto peculiar, assemelhando-nos a ratos em experimentos, sendo condicionados. Experimentamos uma sensação agradável ao receber likes, uma pequena dose de dopamina, e ainda nos livramos do tédio. Apesar de os aplicativos oferecerem seus serviços gratuitamente, a realidade é que buscam sugar nosso tempo e atenção.
Esse padrão acaba gerando alguns sintomas desagradáveis, como irritação, isolamento, mudanças de humor e até uma diminuição na sensação de felicidade. Os smartphones e esses aplicativos transformaram-se quase como um cassino, onde depositamos nosso recurso mais valioso: tempo e atenção.
Num mundo onde o tempo é frequentemente associado ao dinheiro, acabamos dedicando quase quatro horas diárias a esse prazer. Se fizermos as contas, restam menos de oito horas por dia, considerando sono e trabalho. Isso nos leva a questionar: por que gastamos tanto tempo nas telas? Em uma palestra do TEDx, o autor Josh Kaufman sugere que apenas 20 horas dedicadas são suficientes para se tornar habilidoso em algo ou aprender algo novo. Se desperdiçamos quatro horas diárias no celular, são cerca de 120 horas por mês! Imagine o que poderíamos realizar com esse tempo: ler, praticar esportes, aprender algo novo.
No entanto, admitir que passamos tanto tempo no celular é difícil. Mudar hábitos é sempre complicado. Diversas pesquisas indicam que temos uma forte necessidade de interação social, mesmo que virtualmente, mas a verdade é que isso nos afasta do mundo real, das emoções e das relações genuínas.
Eu vejo isso como um "fast food social", algo comparável aos problemas associados à comida industrializada, mas agora aplicado à comunicação nas redes sociais. Não se trata de ser contra a tecnologia, mas sim de buscar uma vida boa. A filosofia do minimalismo digital propõe uma comunicação baseada no diálogo e em ações conscientes, em vez de apenas consumir passivamente. Estamos enfrentando desafios na economia da atenção, e o minimalismo digital surge como uma abordagem para equilibrar as coisas em busca de uma vida mais plena.
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