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Petrópolis,01/05/2024

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Aviação sustentável: como o Brasil vem aplicando combustíveis sustentáveis nos voos

O país possui um grande potencial para se tornar o principal produtor de SAF


Aviação sustentável: como o Brasil vem aplicando combustíveis sustentáveis nos voos Crédito: Petmal / iStock
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Com a finalidade de reduzir a emissão de gases poluentes emitidos por transportes aéreos, empresas estão investindo no desenvolvimento do Sustainable Aviation Fuel (SAF), que se trata de um combustível sustentável de aviação. Nesse cenário, o Brasil tem sido visto como uma peça importante, devido à sua riqueza em matérias-primas, que podem ser fundamentais para o avanço da produção do combustível.

A indústria da aviação produz aproximadamente 2,5% da emissão global de dióxido de carbono na atmosfera, e 90% desse total é referente à queima de combustíveis que são essenciais para o funcionamento das aeronaves. Isso corresponde a cerca de 800 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, o que aumenta significativamente os índices de poluição e, consequentemente, colabora para o aquecimento global.

O que é o SAF?

Como mencionado anteriormente, o SAF é um combustível sustentável para transportes aéreos. O intuito de sua produção é substituir o querosene fóssil e abolir o uso de petróleo bruto para alcançar a descarbonização da aviação. A sua fabricação se dá através dos processos chamados de “rotas”, nos quais as principais estão descritas a seguir:

HEFA (Hydroprocessed Esters and Fat Acids): 

Nesta técnica são produzidos ésteres e ácidos graxos hidroprocessados, biocombustível que utiliza como matéria-prima óleos vegetais, gorduras animais e até mesmo óleo de cozinha usado. 

Alcohol-to-Jet (ATJ): 

Utiliza a biomassa proveniente da cana-de-açúcar para produzir etanol. No processo, é feita a conversão desse álcool em querosene sintético, ou seja, de origem não fóssil.

FT - SPK (synthesized paraffinic kerosine): 

Consiste na produção de querosene parafínico sintético, por meio de resíduos sólidos urbanos e florestais descartados. 

Por que o Brasil é importante para a aviação sustentável?

O Brasil desempenha um papel muito importante na produção de SAF, devido à abundância de matérias-primas disponíveis, como uma variedade de óleos, gordura animal e, principalmente, biomassa. Especialistas consideram que o país é o mais rico em insumos para a obtenção do combustível sustentável de aviação. 

Segundo uma pesquisa feita em 2023 pela Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), o Brasil tem a capacidade de produzir cerca de 6 bilhões de litros de SAF utilizando apenas a cana-de-açúcar na rota Alcohol-to-Jet (ATJ). Associado a outros recursos, o país é capaz de produzir o suficiente para suprir o seu próprio consumo e ainda exportar para outros locais. 

Apesar de o biocombustível estar sendo efetivamente utilizado apenas em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, no Brasil a empresa Embraer já realizou testes com o SAF. Em junho de 2022, o ensaio foi realizado em um jato comercial E195-E2, que decolou utilizando apenas o combustível sustentável. Já em outubro de 2023 dois jatos executivos da companhia passaram pela mesma experiência. 

Diante desses fatores, algumas empresas já manifestaram suas intenções de iniciar a produção do combustível sustentável de aviação no Brasil. Entre elas, estão a ISI-ER; Acelen; Petrobras; Brasil BioFuels; e Geo Biogás. A adoção dessas medidas pode promover voos mais seguros e também facilitar o processo de conscientização ao comprar passagens aéreas.

Perspectivas futuras para a implementação de SAF

Atualmente, a taxa permitida para o uso do biocombustível nos voos é de 50%, e o restante é completado com o tradicional querosene de aviação, já que a quantidade de SAF produzida ainda é muito pequena. Segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), a produção no ano anterior triplicou em relação a 2021. Entretanto, os 300 milhões de litros alcançados correspondem apenas a 0,1% do combustível necessário.

A partir do ano que vem, os fornecedores de SAF na União Europeia pretendem misturar 2% do combustível em todos os voos. A intenção é que o percentual aumente a cada cinco anos, para que até 2050 o setor aéreo atinja a meta global de zerar suas emissões de carbono. Com a participação do Brasil na produção, há grandes possibilidades de avanços mais significativos. 


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