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O mercado de gás natural e o impulsionamento da inteligência artificial têm uma relação surpreendentemente profunda, mesmo que à primeira vista pareçam desconexos. O boom da IA tem gerado uma demanda exponencial por data centers, que por sua vez dependem significativamente de energia para operar.

Os investimentos bilionários das grandes empresas de tecnologia na construção desses data centers são reflexo direto da necessidade de armazenar e processar volumes enormes de dados. Até 2030, estima-se que o consumo energético desses centros de processamento aumente quase três vezes, alcançando a marca de 42 gigawatts.

Nesse cenário, o gás natural emerge como uma solução crucial para suprir essa demanda crescente, representando cerca de 60% da energia necessária para alimentar os data centers de IA nos próximos anos. Esse fenômeno, chamado de "era dourada" do gás, impulsiona a procura pelo combustível em mais de 30%, especialmente nos Estados Unidos, onde os preços podem subir até 46% em seis anos.

No entanto, é importante destacar o impacto ambiental dessa tendência. Apesar de ser considerado um combustível fóssil menos poluente em comparação ao petróleo, o gás natural ainda gera emissões significativas de gases poluentes. Os data centers já respondem por 45% das emissões de gases de efeito estufa da indústria de tecnologia. Com a intensificação do uso de gás natural, as emissões de CO₂ podem mais do que dobrar até 2030, atingindo cerca de 220 milhões de toneladas por ano.

No Brasil, a demanda por energia dos grandes data centers já equipara-se ao consumo energético de todo o estado do Tocantins, evidenciando a magnitude desse desafio energético e ambiental que a convergência entre IA e gás natural está apresentando.

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