José Wilker: um ícone do cinema e da televisão brasileira faria 80 anos hoje
Entre seus trabalhos mais memoráveis estão os personagens Vadinho, de "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), e Roque Santeiro, da telenovela homônima de 1985, que se tornaram referências culturais no Brasil

Hoje, 20 de agosto de 2024, celebramos o que seria o 80º aniversário de José Wilker Almeida, um dos maiores atores da história do cinema e da televisão brasileira. Nascido em 1944, na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, Wilker se tornou um ícone cultural, deixando um legado inesquecível de performances marcantes que continuam a inspirar gerações.
Com uma carreira que atravessou cinco décadas, Wilker é lembrado por seus papéis em clássicos da teledramaturgia e do cinema nacional. Entre seus trabalhos mais memoráveis estão os personagens Vadinho, de "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), e Roque Santeiro, da telenovela homônima de 1985, que se tornaram referências culturais no Brasil. Sua habilidade para interpretar uma vasta gama de personagens, desde o cômico até o dramático, fez dele um ator versátil e respeitado.
Além de seu trabalho como ator, Wilker também se destacou como diretor e crítico de cinema, compartilhando sua paixão pela sétima arte com o público e colegas de profissão. Seu amor pelo cinema era evidente não apenas em suas atuações, mas também em suas análises criteriosas e apaixonadas, que contribuíram para a valorização do cinema nacional.
José Wilker faleceu em 5 de abril de 2014, deixando uma lacuna na cultura brasileira. No entanto, seu legado permanece vivo nas telas e no coração do público. Ao relembrar sua vida e obra no dia em que completaria 80 anos, celebramos não apenas um artista brilhante, mas também um homem que contribuiu significativamente para a arte e a cultura do Brasil.
Sua carreira impressionante e a influência que exerceu sobre o cenário cultural brasileiro garantem que José Wilker continuará sendo lembrado como um dos grandes nomes da história da televisão e do cinema no Brasil. Hoje, mais do que nunca, é um dia para revisitar suas obras e reconhecer o impacto duradouro de seu talento e dedicação à arte.
Legado de Wilker
José Wilker deixou um vasto legado na televisão, no cinema e no teatro brasileiros, com performances que se tornaram referências em cada uma dessas áreas. Abaixo, destaco algumas de suas obras mais marcantes:
Cinema
Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
Este filme é um dos maiores clássicos do cinema brasileiro, e Wilker interpretou Vadinho, o marido falecido de Dona Flor, que volta para assombrá-la de maneira cômica e sensual. Sua atuação lhe rendeu grande reconhecimento, e o filme se tornou um sucesso de bilheteria.
Bye Bye Brasil (1979)
No papel de Lorde Cigano, Wilker liderou um grupo de artistas mambembes que viaja pelo interior do Brasil em busca de trabalho. Este filme, dirigido por Carlos Diegues, é um retrato sensível e poético do Brasil profundo, e a performance de Wilker é um dos grandes destaques.
Xica da Silva (1976)
Neste longa, Wilker interpretou o contratador João Fernandes, que se apaixona pela escrava Xica da Silva, papel de Zezé Motta. O filme, dirigido por Cacá Diegues, foi um dos marcos do cinema brasileiro da década de 1970.
O Homem da Capa Preta (1986)
Wilker interpretou o lendário advogado Tenório Cavalcanti, conhecido por sua luta contra as injustiças sociais e por portar uma metralhadora apelidada de "Lourdinha". Sua atuação foi aclamada, mostrando sua habilidade para papéis de forte carga dramática.
Giovanni Improtta (2013)
Um de seus últimos trabalhos no cinema, onde Wilker interpretou o personagem título, um bicheiro carismático. O filme foi baseado em um personagem que ele havia interpretado na novela "Senhora do Destino" (2004).
Televisão
Roque Santeiro (1985)
Um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira, Wilker deu vida ao protagonista Roque Santeiro, um homem que supostamente havia morrido em defesa da cidade de Asa Branca, mas que retorna vivo e ameaça desmascarar a farsa que foi criada em torno de seu "martírio". Este papel é considerado um dos maiores de sua carreira.
Anjo Mau (1976)
Na novela, Wilker interpretou Rodrigo Medeiros, um dos personagens principais. A trama gira em torno de uma babá que faz de tudo para ascender socialmente, e o papel de Wilker foi crucial para o desenrolar da história.
Senhora do Destino (2004)
José Wilker interpretou Giovanni Improtta, um contraventor com frases de efeito e jeito carismático. Seu bordão "felomenal" se tornou popular, e o personagem foi tão marcante que acabou inspirando o filme "Giovanni Improtta" em 2013.
O Bem-Amado (1973)
Wilker interpretou o prefeito Odorico Paraguaçu, um político corrupto e carismático. A novela foi um marco na televisão brasileira, sendo a primeira transmitida em cores, e o personagem de Wilker se tornou um dos mais icônicos da televisão.
Amor à Vida (2013)
Em um de seus últimos papéis na televisão, Wilker interpretou o médico Herbert Marques. Sua participação na novela foi marcada por seu habitual carisma e talento.
Teatro
Wilker também teve uma carreira notável no teatro, onde começou sua trajetória artística. Algumas de suas peças mais relevantes incluem:
"O Arquiteto e o Imperador da Assíria" (1969)
Esta peça de Fernando Arrabal foi um marco em sua carreira teatral, onde Wilker pôde explorar toda a sua capacidade interpretativa em um texto denso e desafiador.
"Os Inocentes do Leblon" (1965)
Este espetáculo marcou o início de sua carreira no teatro, onde começou a chamar atenção pela sua presença de palco e talento.
"A Falecida" (1965)
Adaptação da obra de Nelson Rodrigues, onde Wilker demonstrou sua versatilidade e capacidade de se entregar a personagens complexos e intensos.
José Wilker foi um artista completo, cujas obras no cinema, na televisão e no teatro deixaram uma marca indelével na cultura brasileira. Seus papéis icônicos e sua dedicação à arte garantem que sua memória continue viva e reverenciada.
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