Magé vai inaugurar parque natural em área de desastre ambiental
O Parque Natural Municipal Barão de Mauá é um exemplo notável de recuperação ambiental e transformação em um espaço dedicado à educação, pesquisa e lazer

Vinte e cinco anos após o desastre ambiental no manguezal em Mauá, a Prefeitura de Magé vai inaugurar, no dia 30 de abril, o Parque Natural Municipal Barão de Mauá, data em que também é celebrado o Dia da Baixada Fluminense. A área, equivalente a 113 campos de futebol, agora abriga uma floresta de mangue recuperada e diversas espécies nativas, proporcionando um novo refúgio para a fauna e flora que retornaram à região. Essa recuperação foi possível graças ao empenho dos próprios pescadores e instituições ambientais.
O trabalho de restauração envolveu a retirada de lixo, o plantio de mudas de mangue-vermelho, branco e negro, e o monitoramento constante do ecossistema. Atualmente, o parque abriga uma rica biodiversidade, com 107 espécies de aves, 21 espécies de mamíferos, 16 espécies de répteis e 11 espécies de crustáceos catalogadas.
“A inauguração do Parque Natural Municipal Barão de Mauá representa uma vitória para o meio ambiente e demonstra o poder da ação humana na recuperação de ecossistemas degradados. Fico extremamente feliz com esse trabalho. O parque, com toda certeza, será mais um atrativo turístico e cultural, entre outros tantos que Magé possui”, destaca o prefeito Renato Cozzolino.
A abertura do parque marca um novo capítulo para a área, que será um espaço de educação ambiental, pesquisa e lazer. Os visitantes poderão desfrutar de uma passarela suspensa com cerca de 1 km de extensão, um deck na praia, um observatório com mais de 11 metros de altura, além de um alojamento para pesquisadores, lanchonete e espaço para exposições.
“Foram quatro anos tirando lixo. Muitos estiveram aqui e saíram, outros desistiram. Foi muita tentativa e erro até fazer o solo desértico aceitar as mudas e ter a floresta que temos hoje. Quando era ministro, Gilberto Gil veio até a região e plantou algumas mudas. Acompanhado de Alfredo Sirkis, eles visitaram a área. O Instituto OndAzul ficou de janeiro de 2001 a julho de 2019 auxiliando no processo de recuperação”, relata Adeimantus Carlos, pescador e vítima do acidente ambiental, que liderou a recuperação da área e hoje está na direção do parque.
Os parceiros dessa jornada serão eternizados no parque: o circuito ambiental levará o nome de Alfredo Sirkis, e Gilberto Gil será homenageado no bosque onde plantou mudas de mangue, contribuindo para a revitalização da área.
Parque é reconhecido como patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico
O Parque Natural Barão de Mauá, em Magé, foi oficialmente reconhecido como patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico do Estado do Rio de Janeiro, conforme a Lei 10.534/2024, de autoria de deputado estadual Vinícius Cozzolino, sancionada em 9 de outubro de 2024. Este reconhecimento é um marco importante para a preservação e valorização do parque, que possui uma rica biodiversidade e atrai moradores, turistas e pesquisadores de todo o mundo.
Área será aberta para visitação do público e pesquisadores
Após a inauguração, o parque estará aberto ao público. Além de oferecer uma vista privilegiada da Baía de Guanabara, os visitantes poderão conhecer mais sobre o manguezal, um ecossistema considerado o "pulmão" natural:
“Esse apelido de pulmão não é à toa. O manguezal tem a capacidade única de capturar e armazenar grandes quantidades de carbono, podendo sequestrar até quatro vezes mais carbono da atmosfera do que as florestas tropicais terrestres, sendo um excelente aliado no combate às mudanças climáticas. Além disso, funcionam como filtro, retendo diversas impurezas que contaminam as águas quando a maré sobe. Isso aqui é uma riqueza, e até já registramos a visita de um flamingo”, explica o secretário de Meio Ambiente, Carlos Henrique Lemos.
As visitações em grupo serão limitadas a 30 pessoas e precisarão ser agendadas pelo e-mail parquebaraodemaua@mage.rj.gov.br.
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