Ozzy Osbourne, vocalista lendário do Black Sabbath e figura central na história do heavy metal, morreu nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, aos 76 anos. A notícia foi confirmada por sua família à BBC. Ele faleceu em casa, cercado pela esposa Sharon, pelos filhos e netos, encerrando uma das trajetórias mais singulares e turbulentas da música moderna.

A morte ocorre pouco mais de duas semanas após o que seria seu último grande ato diante do público: um concerto de despedida em sua cidade natal, Birmingham, no estádio Villa Park, no dia 5 de julho. O evento, intitulado "Back to the Beginning", reuniu 40 mil fãs, celebridades do rock como James Hetfield, Axl Rose e Brian May, e foi marcado pela reunião simbólica dos membros originais do Black Sabbath — Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. A noite teve caráter beneficente e arrecadou mais de 190 milhões de dólares para pesquisas sobre Parkinson e apoio a crianças com doenças degenerativas, causas às quais Osbourne havia se dedicado nos últimos anos.

John Michael Osbourne nasceu em 3 de dezembro de 1948, em Aston, subúrbio operário de Birmingham. Cresceu em meio à austeridade do pós-guerra britânico e enfrentou dificuldades desde cedo, inclusive passagens pela prisão na juventude. Em 1968, formou o Black Sabbath, banda que redefiniria o rock pesado com álbuns como Paranoid, Master of Reality e Vol. 4, lançando as bases do que viria a ser conhecido como heavy metal. Sua voz rouca, presença caótica e letras sombrias moldaram um estilo e inspiraram gerações de músicos.

Expulso da banda em 1979 por abuso de substâncias, Osbourne reinventou-se em carreira solo. Com a ajuda da esposa e empresária Sharon Osbourne, lançou Blizzard of Ozz (1980), disco que trouxe clássicos como “Crazy Train” e “Mr. Crowley”. Ao longo das décadas, vendeu mais de 100 milhões de discos entre carreira solo e o Black Sabbath, foi introduzido duas vezes ao Rock and Roll Hall of Fame e tornou-se figura televisiva nos anos 2000 com o reality show The Osbournes, exibido na MTV, que o transformou em ícone pop para novas gerações.

Nos últimos anos, sua saúde fragilizada havia afastado Osbourne dos palcos. Diagnosticado com mal de Parkinson em 2020, ele passou por diversas cirurgias na coluna que comprometeram sua mobilidade. Em fevereiro deste ano, revelou publicamente que não conseguia mais andar sem assistência. Ainda assim, insistiu em fazer seu último show, sentado em um trono, recebendo aplausos de pé por mais de cinco minutos antes mesmo de cantar a primeira nota. Na ocasião, disse: “Se está tão bom estar neste palco, vocês não têm ideia”.

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