Ex-presidente Fernando Collor é preso após decisão do STF
Moraes havia determinado prisão imediata e início do cumprimento da pena.

O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negar os recursos contra a condenação de oito anos e dez meses por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
De acordo com a defesa do ex-presidente, Collor foi detido por volta das 4h, em Maceió, quando se deslocava para Brasília "para cumprimento espontâneo da decisão do ministro Alexandre de Moraes". O magistrado havia determinado prisão imediata e início do cumprimento da pena.
Condenação
Fernando Collor de Mello foi condenado em 2023, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, após ser acusado de receber R$ 20 milhões em propinas de negócios da BR Distribuidora, subsidiaria da Petrobras. O caso acontece entre os anos de 2010 e 2014.
O dinheiro recebido por Collor seria utilizado para viabilizar de forma irregular contratos da subsidiaria da Petrobras com a UTC Engenharia. O objetivo era a construção de bases de distribuição de combustíveis.
Na mesma condenação, além do ex-presidente, os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos foram acusados de receber a propina.
Terceiro ex-presidente preso desde a redemocratização
Collor se tornou o terceiro ex-presidente a ser preso desde a redemocratização do Brasil. O primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 7 de abril de 2018, por corrupção e lavagem de dinheiro. Depois, foi Michel Temer (MDB), durante investigação relacionada às obras da usina Angra 3.
Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Amilcar Orfali/Getty Images
A prisão de Temer aconteceu na Operação Descontaminação, um desdobramento da Lava Jato, que investigava um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes em licitações e cartel na construção de Angra 3. Na ocasião, em delação premiada, o engenheiro José Antunes Sobrinho informou que o ex-presidente estaria ciente de R$ 1,1 milhão de propina destina a ele.
Lula também foi preso durante a Operação Lava Jato. Ele foi condenado em 2017, pelo então juiz Sergio Moro, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. O presidente teria recebido o imóvel como propina da construtora OAS em troca de favorecimento de contrato com a Petrobras.
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