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Petrópolis,30/04/2025

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Escola Galpão abre inscrições para cursos semestrais no Vale do Cuiabá, em Petrópolis

Em sua primeira edição de cursos semestrais, a Escola aprofunda um movimento que já se anunciava na Estação Jaqueira: arte como campo de escuta, prática como forma de pensamento e formação como aposta no tempo das coisas


Escola Galpão abre inscrições para cursos semestrais no Vale do Cuiabá, em Petrópolis Foto: Divulgação
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Situada no Vale do Cuiabá, em Petrópolis, a Estação Jaqueira tem se consolidado como um importante centro cultural da região, promovendo a descentralização do acesso à arte no município. Em um território ainda marcado pela tragédia de 2011, o espaço se afirma como lugar de criação e permanência, oferecendo ao longo do ano uma série de atividades gratuitas e abertas ao público que estimulam o encontro entre arte, território e comunidade.

Entre os projetos que vêm ganhando corpo está a Escola Galpão, iniciativa dedicada à formação de novos artistas em um ambiente imersivo, cercado pela natureza. A proposta nasce da experiência acumulada por Nietta Monte, educadora com ampla trajetória voltada à formação de professores indígenas e à política educacional, que assina a direção da Estação. Ao seu lado, o artista plástico Carlos Feijó, com passagem pelo MAM-RJ e pelo carnaval carioca, responde pela curadoria das exposições e coordena o desenvolvimento da grade de cursos.

Pensada como um espaço de aprendizado e troca entre jovens, adultos e o público 60+, a Escola Galpão se volta à arte contemporânea brasileira, reunindo artistas-educadores em cursos regulares de pintura, gravura, cerâmica e vivência artística da infância. O Vale do Cuiabá, nesse contexto, atua não apenas como paisagem, mas como método, presença e matéria, atravessando as práticas propostas e possibilitando outros modos de ser, estar, aprender e vivenciar a arte em suas mais distintas linguagens.

A programação tem estrutura semestral e é oferecida em turmas pequenas, com encontros semanais presenciais. “O foco está no cuidado com os processos e nas singularidades de cada um. Não se trata de performance, tampouco de domínio técnico, mas da construção de um tempo comum; um tempo que respeita a maturação das formas, da própria observação, do discurso crítico e da própria linguagem”, comenta Carlos Feijó. Por isso, os alunos podem iniciar sua participação a qualquer momento do semestre, traçando um percurso próprio dentro da proposta individualizada dos cursos.

A Escola Galpão funciona com base em uma proposta colaborativa: os cursos são pagos, com valores definidos por cada artista-educador responsável. Ao mesmo tempo, são oferecidas vagas sociais, destinadas a pessoas que não podem arcar com os custos, como forma de ampliar o acesso à formação em arte.

Conheça a grade de cursos:

Pintura acrílica e contemporaneidade: práticas iniciais

Claudia Schoemann | Quintas-feiras, das 15h às 17h

No curso conduzido por Claudia Schoemann, artista com formação no MAM-RJ e vivência no exterior, são explorados fundamentos como luz, cor, volume e composição, sempre a partir da linguagem individual dos alunos. Desde o início, cada participante aprende a construir sua própria tela, já que a lona é esticada diretamente na parede. Ao longo do percurso, os alunos produzem nove trabalhos distintos, com acompanhamento e encaminhamento artístico individualizados, sendo convidados a reconhecer, entre essas produções, aquela que melhor expressa sua linguagem pessoal. Os alunos têm também acesso livre ao galpão, que funciona como ateliê nos dias em que não há aula – uma decisão que reforça a filosofia do espaço fundado pela educadora Nietta Monte.

Gravura prática e experimental: técnicas alternativas e sustentáveis

Lenice Reis | Sábados, das 15h às 17h

Na gravura experimental, vivência conduzida por Lenice Reis, é proposta uma abordagem alternativa e ecológica ao fazer gráfico. A partir de monotipias botânicas, colografias e matrizes recicláveis, o curso desenvolve uma prática de gravura sem prensa e sem materiais tóxicos, ancorada na relação direta com os materiais e com a paisagem do entorno.

Azulejaria Expandida: pesquisa e criação (ateliê permanente)

EME Martins e Jonas Araujo | Sextas-feiras, das 15h às 17h

No curso de cerâmica, EME Martins e Jonas Araujo orientam os alunos na construção de painéis e objetos a partir de técnicas como barbotina, engobe e pintura com óxidos. “Durante o curso de formação, o barro convida os alunos à escuta das possibilidades do gesto lento, oferecendo a descoberta de uma linguagem própria, o que acaba sendo também terapêutico”, explica Jonas.

Bioarte: laboratório infantil de sustentabilidade artística

Tais Senra | Sábados, das 10h às 12h

Voltado a crianças de 4 a 10 anos, o curso de bioarte, conduzido por Tais Senra, aproxima arte e natureza como extensão da infância. Caminhadas, tintas naturais, sementes, tecidos e carvão compõem um vocabulário tátil e sensível, alinhado às pedagogias contemporâneas e à vivência concreta do território.

“A nossa escola nasce desse desejo de oferecer uma experiência de formação em arte que seja também uma forma de presença. Um modo de estar junto, de produzir a partir do que se vive”, diz Nietta Monte. “Não é sobre ensinar a fazer arte. É sobre criar condições para que o fazer aconteça”, complementa Feijó.

Exposição em cartaz: “Ateliê Arte Lavrinha”

Em paralelo às atividades formativas, a Estação segue com programação cultural aberta ao público. Até 25 de maio, o espaço abriga a exposição Ateliê Arte Lavrinha, que apresenta a produção artística de pessoas com deficiência (PCDs) integrantes do ateliê homônimo, localizado na Serra da Mantiqueira mineira. Participam os artistas Francisco Laurentino da Cunha (Catita), Ivanir de Carvalho Silva, Maria Aparecida da Silva (Cida), Rosineia da Silva e Luciano Amaral Capistrano, com obras que traduzem histórias, experiências e perspectivas distintas, propondo reflexões sobre acessibilidade e inclusão nas artes visuais.

Inaugurada em outubro de 2024, a mostra oferece uma programação interativa gratuita aos sábados, aberta a visitantes de todas as idades. A exposição é resultado de uma parceria entre a RPPN Ave Lavrinha e a Estação Jaqueira, com curadoria de Nietta Monte, Carlos Feijó e Deni Cláudio.

Mais sobre Nietta Lindenberg do Monte e Carlos Feijó

Nietta Lindenberg do Monte é carioca, idealizadora da Estação Jaqueira, professora de língua portuguesa e literatura e mestra em educação. Durante décadas, coordenou o programa “Uma experiência de Autoria”, voltado à formação de professores indígenas no Acre, organizando publicações em línguas indígenas e em português. Participou da formulação da política nacional de educação escolar indígena, junto ao Ministério da Educação, nos anos 1990. Atua em projetos de formação em diversas regiões do Brasil com artigos e livros publicados no país e no exterior.

Carlos Feijó, também carioca, é artista plástico, curador e coordenador artístico da Estação. Autor do livro “Artesãos da Sapucaí”, já expôs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no exterior. Com forte atuação no carnaval e nas artes visuais, acompanha de perto o desenvolvimento dos cursos e das práticas formativas da Escola Galpão.

Para mais informações sobre os cursos e inscrições, entre em contato pelo WhatsApp: (21) 96725-8930


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