Carnaval movimentou R$ 8,8 bilhões no Rio, diz pesquisa do IFec RJ
Argentinos e paulistas foram os que mais visitaram a cidade

Sondagem do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), com 1.037 turistas brasileiros e estrangeiros, entre os dias 28 de fevereiro e 04 de março, no Sambódromo, em blocos do Flamengo, Largo do Machado e Ipanema, e nas praias da Zona Sul e da Barra da Tijuca, mostra que 49,6% dos visitantes são brasileiros residentes no país, com destaque para São Paulo, com 29,4%, Minas Gerais, com 16,3%, e Distrito Federal, com 10,1%. Outros destaques foram o Rio Grande do Sul (9,9%) e Goiás (4,3%).
Entre os 50,4% dos turistas estrangeiros que estiveram no Rio no carnaval, 54,3% eram das Américas, sendo 28,7% da Argentina e 9,0% dos Estados Unidos. Da Europa, o Reino Unido se destaca, com 8,0%, seguido da Alemanha (7,8%) e da França (7,6%).
“O Rio de Janeiro é a face mais visível do Brasil no exterior por razões turísticas e culturais. 16% dos que vieram foram influenciados por redes sociais e por amigos”, diz o consultor da Presidência da Fecomércio RJ e doutor em Turismo, Otavio Leite.
Segundo a pesquisa, os brasileiros planejam suas viagens em média com 4,3 meses de antecedência, enquanto os estrangeiros se programam cinco meses antes. Os números mostram ainda que 27,7% dos visitantes programam suas viagens com menos de um mês de antecedência.
Gastos no carnaval
O impacto direto dos gastos com hospedagem, alimentação, transporte e lazer chegou a R$ 3,4 bilhões durante o período do carnaval, contra R$ 2,5 bilhões em 2024 — um crescimento real de 36%. Considerando os efeitos diretos, indiretos e induzidos, a movimentação total na economia fluminense foi de R$ 8,8 bilhões, uma elevação de 39,7%, se comparada ao ano passado, que teve movimentação financeira de R$ 6,3 bilhões.
“Os números confirmam a tendência positiva que deve se intensificar ao longo de 2025 e início de 2026. Eles demonstram a relevância crescente do turismo como vetor de desenvolvimento para o estado do Rio de Janeiro e reforçam a importância de estratégias contínuas de promoção do destino para potencializar esses resultados. Quase 20% dos empregos formais criados no estado no último ano vieram do turismo, representando cerca de 30% das vagas geradas no setor de serviços entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, segundo dados do Caged”, analisa o diretor-executivo do IFec RJ, João Gomes.
Primeira vez e pernoites
A sondagem do IFec RJ revelou que 54,1% dos turistas estrangeiros estiveram no Rio pela primeira vez. O tempo médio de permanência foi de nove dias — sendo 11 dias entre os estrangeiros e sete dias entre os brasileiros. O que demonstra que viagens de longa distância duram mais tempo.
Os hotéis (45,4%) continuam sendo os mais procurados pelos turistas para o pernoite, embora o aluguel por plataformas digitais, como o Airbnb, venha ganhando força, com 34,9%. Os imóveis de conhecidos ou familiares (17,4%) também aparecem com grande procura na pesquisa. O custo benefício é o principal motivo para 53% dos entrevistados buscarem as plataformas digitais.
Visita a outras cidades
Apenas 6,1% dos turistas recebem indicação para visitar outras cidades no estado do Rio. Isso reforça a ideia da necessidade de um esforço maior para a divulgação do interior junto aos visitantes que vêm para a capital.
No entanto, 28,4% dos entrevistados disseram que pretendiam visitar outras cidades do estado do Rio. Arraial do Cabo, com 41,2%, é a preferida, seguida de Búzios, com 36,7%, Angra dos Reis, com 23,1%, Cabo Frio, com 14,3%, e Paraty, com 13,9%.
“Acompanhar a evolução dos indicadores turísticos relativos ao sentimento dos visitantes que vieram ao Rio de Janeiro é uma providência estratégica para a adoção de políticas que fortaleçam o destino. Esse é o propósito da Fecomércio RJ”, afirma o presidente Antonio Florencio de Queiroz Junior.
Segurança
Antes da viagem, 32,3% dos turistas brasileiros diziam achar o Rio de Janeiro pouco ou nada seguro. No entanto, ao tempo da estadia, 65,9% deles manifestaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Apenas 14,1% prosseguiam insatisfeitos ou muito insatisfeitos.
Nesse mesmo sentido, 23,3% dos turistas estrangeiros tinham uma percepção negativa da segurança. Porém, desse mesmo universo, 70,6% assinalaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos na prática. Apenas 7% prosseguiam insatisfeitos ou muito insatisfeitos.
“O esforço para atrair mais turistas e fazer que a sua estadia se converta em experiências memoráveis precisa ser compartilhado com todos das esferas pública e privada. É um somatório”, ressalta Otavio Leite.
Sobre a Fecomércio RJ
Reúne 59 sindicatos patronais, líderes empresariais, especialistas e consultores com o objetivo de fomentar o desenvolvimento dos negócios no setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado do Rio de Janeiro. Desenvolve soluções, pesquisas e disponibiliza conteúdo sobre questões que impactam a vida do empreendedor e colaboram nas decisões dos gestores públicos. Representa mais de 286 mil estabelecimentos, que respondem por 2/3 da atividade econômica do estado e 70% dos estabelecimentos, gerando mais de 1,8 milhão de empregos formais, que equivalem a 61% dos postos de trabalho no estado. Através do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ) atua em assistência social, cultura, educação, lazer e saúde aos comerciários e população carente, enquanto o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) promove educação profissional voltada para o setor.
A Fecomércio RJ e o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) são signatários do Pacto Global da ONU. Ao terem suas adesões oficializadas pelo organismo internacional, as duas Casas se comprometem com os dez princípios universais derivados da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção, se alinhando aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que integram a Agenda 2030.
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