Ministério Público da Espanha recorre da absolvição de Daniel Alves
Caso será reavaliado pelo Supremo Tribunal
Foto: EUROPA PRESS/D.Zorrakino. POOL via Getty Images 
O Ministério Público da Espanha apresentou nesta quarta-feira (7) um recurso ao Supremo Tribunal contra a absolvição de Daniel Alves, ex-jogador de futebol, acusado de agressão sexual contra uma jovem em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022. A absolvição foi determinada em março de 2025 pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC), que considerou o depoimento da vítima inconsistente e insuficiente para sustentar a condenação.
O procurador Fidel Cadena, responsável pelo recurso, criticou duramente a decisão do TSJC, afirmando que ela adota uma visão retrógrada sobre o consentimento sexual. Segundo o Ministério Público, o tribunal deslegitimou o relato da vítima ao insinuar que comportamentos anteriores ou o consumo de álcool poderiam implicar consentimento. A promotoria também ressaltou que a jovem apresentou sinais evidentes de trauma psicológico e físico, tendo sido diagnosticada com estresse pós-traumático, o que reforça a alegação de agressão sexual.
O caso teve início em 31 de dezembro de 2022, quando a vítima relatou ter sido estuprada por Daniel Alves no banheiro da boate Sutton, em Barcelona. Ela buscou ajuda imediatamente após o ocorrido, sendo atendida por seguranças do local e encaminhada a um hospital. Exames médicos realizados confirmaram a presença de vestígios biológicos compatíveis com a denúncia.
Em fevereiro de 2024, Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão pela Audiência de Barcelona. Entretanto, em março de 2025, o TSJC anulou a sentença, alegando contradições nos depoimentos da vítima. A defesa do ex-jogador sustentou que a relação sexual foi consensual, embora Alves tenha apresentado versões diferentes dos fatos ao longo do processo.
Com o recurso apresentado, o caso será reavaliado pelo Supremo Tribunal da Espanha, instância máxima do Judiciário do país. Se os magistrados entenderem que a decisão do TSJC foi inadequada, poderão anular a absolvição, determinar que o caso seja reexaminado por outro colegiado ou até mesmo restabelecer a condenação do ex-jogador.
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