Da aldeia indígena direto para os corredores da Bienal do Livro.  A experiência marcante vai ficar para sempre na memória dos pequenos estudantes do Colégio Estadual Indígena Guarani Tava Mirim, em Paraty, no Sul Fluminense, que, pela primeira vez, tiveram a oportunidade de conhecer a Bienal do Livro e mergulhar no universo encantado dos livros. A visita foi viabilizada pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ), que também forneceu vales-livros. 

Nesta quarta-feira (17), foi encerrado o período de visitação escolar da Bienal. Ao longo desses dias, 869 unidades escolares da rede estadual levaram alunos e professores para o festival que celebra a cultura literária.

— Aproveito a oportunidade para agradecer por poder trazê-los aqui, porque acredito que 100% deles vão comprar um livro pela primeira vez na vida. Na última edição, trouxemos os alunos do Fundamental II, que também viveram a experiência única de adquirirem obras. Desejo que essa vivência sirva de incentivo à leitura e ao prazer de ler, sobretudo ao prazer de respeitar e amar a leitura — disse Fernando Granja Berieiro, diretor-geral, durante a visita ao estande da Seeduc.

Ao todo, cerca de 40 alunos, com idades entre 6 e 13 anos, foram selecionados para viver essa experiência de desfrutar do maior evento literário do país. 

— É legal. Estou adorando. Nunca vi tantos livros — contou Suain Jaxuka, aluna do 4º ano do Ensino Fundamental, que, junto com os colegas, fez questão de agradecer em guarani com “aveté”, que significa “obrigada” em português.

Fernando Granja Berieiro afirmou ainda que os estudantes reconhecem a importância da leitura.

— Estavam ansiosos. Além de serem carentes de passeios e de acesso a lugares diferentes que não sejam as aldeias. Para eles, é, de fato, um incentivo incrível à educação escolar. 

O ensino para esse grupo guarani é algo recente, tem menos de 20 anos. A relação deles com o texto escrito, com a cultura escolar, com tudo o que significa escola e educação, está nascendo a partir da reivindicação deles, com o apoio do estado — destacou o diretor, acrescentando que a oferta de qualidade permite que os estudantes desenvolvam respeito pela educação e, assim, consigam acessar as profissões que tanto desejam.

Durante a visita dos alunos, a secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, ressaltou que a integração dos povos indígenas com a leitura é fundamental.

— Estamos muito felizes em possibilitar essa visitação escolar para esses alunos, que têm um histórico riquíssimo para o nosso país. Cumprimos nosso dever de casa ao distribuir 35 mil vales-livros para alunos e professores da rede estadual de ensino. No ano passado, entregamos mais de 4 milhões de livros paradidáticos às escolas e estamos implantando 200 salas de leitura móvel em todo o estado. Todas essas iniciativas contribuem para a formação de novos leitores — afirmou a secretária.

O Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda, em Angra dos Reis, também foi contemplado e levou alunos e professores.

Seeduc distribui 35 mil vales-livros

Estudantes e professores da rede estadual de ensino ganharam um incentivo para renovarem suas bibliotecas particulares. A Seeduc distribuiu vales-livros no valor de R$ 100 para 30 mil estudantes e de R$ 200 para 5 mil profissionais da educação, para que eles utilizem durante a Bienal. 

Além disso, o estande da Secretaria de Estado de Educação, com o tema ‘Educação do Futuro: sonhar, criar, realizar’, tem sido um sucesso, recebendo não apenas integrantes da rede estadual de ensino, mas o público em geral, com uma mostra de projetos pedagógicos desenvolvidos nas escolas da rede.

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