Polícia Civil realiza operação contra organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas
Operação ocorre no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Piauí e Minas Gerais

Policiais civis da Delegacia de Defraudações (DDEF) e policiais civis do Mato Grosso realizam, nesta terça-feira (15), a "Operação Reversus". A ação conjunta tem o objetivo de desmantelar uma organização criminosa interestadual especializada em fraudes eletrônicas, na modalidade conhecida como “falso intermediário”. Até o momento, seis pessoas foram presas.
As diligências ocorrem no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Piauí e Minas Gerais. São cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão contra envolvidos no esquema. Também foi autorizado sequestro de bens no valor de até R$ 100 mil por investigado e bloqueio de contas bancárias, com valores que podem atingir R$ 2,7 milhões.
As investigações tiveram início após um golpe ocorrido em janeiro de 2024, em Cuiabá, capital do Mato Grosso, no qual a vítima foi atraída por um anúncio fraudulento de venda de veículo em rede social. Após o primeiro contato, ela foi induzida a manter comunicação com um suposto intermediador — que se passava por advogado — e acabou transferindo R$ 45 mil via pix, acreditando estar em uma negociação legítima.
O autor intelectual da fraude foi identificado e atualmente está preso em Cuiabá, onde cumpre mais de 40 anos de prisão por crimes como homicídio, tráfico e roubo. Já o responsável pela publicação do anúncio fraudulento teve sua prisão decretada na cidade de Teresina, no Piauí.
O dinheiro obtido com o golpe foi inicialmente enviado ao Estado do Rio de Janeiro, distribuído entre 13 contas bancárias distintas, e posteriormente retornou a Cuiabá, sendo novamente pulverizado em 11 contas diferentes, até se concentrar, majoritariamente, na conta de uma investigada residente em condomínio de alto padrão.
Essa investigada possui condenação transitada em julgado por fraudes no estado de Minas Gerais, e é viúva de um homem com extensa ficha criminal, executado por facções criminosas na fronteira com a Bolívia, onde seu corpo e veículo foram incendiados.
As investigações revelaram uma estrutura criminosa complexa e altamente coordenada, com clara divisão de tarefas entre os membros e estratégias de movimentação financeira projetadas para dificultar o rastreamento dos valores. A organização vinha atuando de forma contínua nos anos de 2023 e 2024, aplicando diversos golpes por meio de anúncios falsos de venda de veículos e de gado, com prejuízos superiores a R$ 800 mil às vítimas.
Publicidade
COMENTÁRIOS