Idosa é resgatada em situação análoga à escravidão no Rio
Mulher era submetida a jornada exaustiva e há 15 anos tinha sua autonomia limitada
Uma idosa de 62 anos foi resgatada em situação de trabalho análogo à escravidão na Zona Oeste da Capital Fluminense, na última semana. A operação foi promovida pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e a Polícia Federal, após uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1).
Segundo Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ), a idosa trabalhava na casa há 15 anos e desde então tinha sua autonomia limitada; trabalhava ininterruptamente para a família, sem folgas, descanso semanal ou férias, e suas relações se restringiam às pessoas do círculo familiar e social dos empregadores para quem prestava serviços. Embora possuísse registro na carteira de trabalho e seu salário fosse depositado em uma conta bancária de sua titularidade, até mesmo a senha de acesso à conta teria sido compartilhada com o patrão.
O trabalho, sem folgas nem férias, era realizado de segunda a segunda, em média das 6h às 21h. Nos últimos anos a trabalhadora vinha enfrentando graves problemas de saúde, para os quais recebia tratamento no sistema público. Contudo, apesar de se queixar de dores e cansaço, isso não levou a alterações em sua rotina de trabalho, mesmo após o empregador ter feito um pedido ao INSS, em nome da trabalhadora, que, na prática, significava que ele reconhecia a necessidade de seu afastamento do trabalho.
A Polícia Federal efetuou a prisão em flagrante do empregador. A trabalhadora está sendo acompanhada pela equipe do Projeto Ação Integrada, implementado pela Cáritas Arquidiocesana no Rio de Janeiro em parceria com o MPT.
COMENTÁRIOS