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Petrópolis,25/08/2025

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Apostas online drenam renda de famílias e preocupam comércio local, alerta CDL

Em Petrópolis, a estimativa, de acordo com a proporção de pessoas jogando on-line no Brasil, chegaria a 39 mil pessoas apostando pelo menos uma vez por mês


Apostas online drenam renda de famílias e preocupam comércio local, alerta CDL Foto: Divulgação

O avanço das apostas online no Brasil começa a impactar diretamente a economia popular de Petrópolis. Regulamentado em 2024, o mercado ganhou maior transparência nos números e mostrou força: de R$ 18 bilhões mensais em 2024, o volume de transações já chega a R$ 30 bilhões por mês em 2025, de acordo com o Banco Central. A escalada acendeu alertas no governo e levou autoridades a discutir medidas de contenção, entre elas o bloqueio de recursos do Bolsa Família em sites de apostas. Em Petrópolis, a estimativa, de acordo com a proporção de pessoas jogando on-line no Brasil, chegaria a 39 mil pessoas apostando pelo menos uma vez por mês.

Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), entre as classes mais favorecidas, há retração de consumo de lazer e de bens duráveis que são trocados pelos jogos, porém, parte do benefício do Bolsa Família tem sido direcionada para jogos digitais, em vez de gastos básicos como alimentação, uma mudança de comportamento que já afeta o comércio local e que acende o alerta para uma questão social.

“Embora ainda não tenhamos números atualizados de 2025 sobre beneficiários do Bolsa Família direcionando recursos às apostas online, o Banco Central identificou que, apenas em agosto de 2024, cerca de 5 milhões de beneficiários do programa transferiram R$ 3 bilhões para plataformas de apostas”, destaca o presidente da CDL Petrópolis, Cláudio Mohammad. “É um sinal claro de que, sem mecanismos de bloqueio e fiscalização, esses recursos podem continuar sendo drenados da economia popular — com consequências graves para famílias e o comércio local.” Em Petrópolis, onde aproximadamente 18 mil famílias recebem o auxílio, a CDL estima que mais de três mil estejam comprometendo parte do benefício com esse tipo de gasto.

“O que estamos vendo é devastador. Essas famílias deveriam utilizar o recurso para necessidades básicas, mas estão sendo sugadas por um sistema que movimenta até R$ 30 bilhões por mês no país. Isso não é entretenimento: é uma drenagem silenciosa da renda popular”, afirma Cláudio Mohammad, presidente da CDL Petrópolis.

O comércio local já sente os efeitos. Supermercados, farmácias e lojas de vestuário registram queda no consumo de produtos essenciais. “Quando esse dinheiro é desviado para as plataformas, ele deixa de circular na cidade, de gerar empregos, impostos e desenvolvimento. É uma perda dupla: para as famílias e para Petrópolis”, reforça Mohammad.

A CDL defende que a União implemente urgentemente mecanismos de proteção social. “Não se trata de moralismo, mas de responsabilidade. O Bolsa Família existe para garantir dignidade, não para alimentar um mercado que lucra com a vulnerabilidade das pessoas”, diz o presidente da entidade.

Além de medidas regulatórias, a entidade propõe campanhas educativas e ações de conscientização sobre os riscos do jogo compulsivo. “Precisamos proteger quem mais precisa. O poder público precisa assumir seu papel regulador e fiscalizador”, conclui Mohammad.

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