Hoje é dia de combate ao abuso e exploração sexual em crianças e adolescentes
Ong de Carapebus faz manifestação para sensibilizar e informar sobre o abuso sexual

Por Lourdes Acosta (DRT/MTE 911 MA)
O Dia 18 de maio é o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso Sexual e Exploração de Crianças e Adolescentes. A data é alusiva ao ‘Maio Laranja’, mês de prevenção, focado para as atividades de conscientização.
Para celebrar a data o Centro Social “Juntos Somos Mais Fortes”, uma ONG de Carapebus, localizada no bairro semirrural da Rodagem, realizou um evento, neste sábado (17), com crianças e adolescentes. A programação constou de caminhada, concentração/panfletagem e palestras. O objetivo foi informar, proteger e sensibilizar de forma respeitosa e adequada à idade das crianças e adolescentes. Após a concentração na Ong, os participantes seguiram com palavras de ordem e panfletagem até a Praça da Rodagem para ouvirem as palestras.
Convidada para dar palestra acerca do ‘Faça Bonito’, a consultora de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes que já foi coordenadora do Acolhimento Institucional de Carapebus, Vivianni Acosta, foi uma das palestrantes. Acosta usando uma linguagem acessível e dinâmica interativa informou sobre o que é abuso sexual, como identificar, prevenir e denunciar.
Segundo a consultora, o abuso e a exploração sexual em crianças e adolescentes têm sequelas. Na fase adulta, a criança ou adolescente que sofreu violência sexual pode ter dificuldades de criar relações afetivas e amorosas, em manter uma vida sexual saudável, pode ter baixa autoestima, dificuldade de aprendizagem e memória, entre outras.
- É preciso ter clareza que a exploração sexual de crianças e adolescentes é um crime hediondo, com pena de reclusão e sem direito a fiança. Portanto, ao suspeitar ou identificar alguma situação de violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, é necessário acionar os órgãos competentes – disse a palestrante.
Para ajudar os adolescentes a reconhecerem situações de risco ou abuso, Vivianni Acosta ensinou ainda, sobre a diferença entre toque de carinho e toque abusivo; a importância do consentimento e do respeito aos limites do outro; que o abuso pode acontecer com meninos e meninas e pode partir até de pessoas conhecidas. “O abuso sexual acontece quando alguém obriga, força ou manipula outra pessoa a participar de situações com intenção sexual, sem que ela queira ou entenda o que está acontecendo e isso nunca é culpa da vítima", ressaltou.
De acordo com a organizadora do evento, Andressa Cristina, este é o segundo ano que o Centro Social “Juntos Somos Mais Fortes”, faz mobilização em prol da “Campanha Faça Bonito - Proteja nossas crianças e adolescentes”.
- Entendemos que é um tema de altíssima relevância e acreditamos que o acesso à informação, ter conhecimento, é libertador e traz segurança para quem está sofrendo abuso ou exploração sexual, coragem para falar, caminho de onde encontrar ajuda. Uma mobilização como esta, faz com que a criança ou o adolescente que esteja passando por isso, entenda que não está sozinho e que pode contar com nossa ajuda. Quando passamos a mensagem também à população adulta, alertamos que a omissão é crime, tanto quanto a quem comete o ato de explorar ou abusar -, explicou.
Outras duas palestras foram ministradas pelas profissionais Ana Beatriz e Daiane Marcelha.
Para Patrícia Maciel, que participou ativamente do evento, a palestra da Vivianni foi muito clara. “Ela nos ensinou como ajudar tantas crianças e adolescentes. O que mais me chamou a atenção foi saber que em poucos minutos tantas crianças são abusadas e isso me chocou e me fez refletir no mundo em que vivemos e que não sabemos em quem confiar”, disse Maciel.
De acordo com a consultora, ao suspeitar de algum caso deve-se denunciar. Os canais citados são: Delegacias, Conselhos Tutelares, Disque 100, 180 ou o 190 (caso a violência estiver acontecendo) e o 192, que aciona o serviço hospitalar nos riscos à saúde da criança e do adolescente, entre outros.
Por que o 18 de maio - A data foi escolhida como dia de mobilização contra a violência sexual, porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados. Ela foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade.
COMENTÁRIOS